A Escola de Química (EQ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) é uma das mais antigas e tradicionais instituições de ensino superior do Brasil voltada para o setor químico, sendo responsável, atualmente, pelos cursos de graduação em Engenharia Química (integral e noturno), Química Industrial (integral e noturno), Engenharia de Bioprocessos e Engenharia de Alimentos.

Adicionalmente, a Escola de Química é responsável por dois cursos de pós-graduação, o Programa de Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos, curso com conceito 6, na Capes e o Mestrado Profissional em Tecnologia de Processos Sustentáveis. Além disso, em parceria com a Escola Politécnica, atua Programa de Engenharia Ambiental.

São, aproximadamente, 2500 alunos com matrículas ativas nos cursos oferecidos pela EQ. Com 87 anos de história, a EQ/UFRJ participou de forma efetiva na formação dos recursos humanos que contribuíram para a implantação de parte significativa do parque industrial químico e petroquímico no Brasil, sendo referência nacional no setor. Desde sua fundação, em 1933, seu principal objetivo é a formação de profissionais com um forte alicerce acadêmico, bem como um sólido relacionamento com a área industrial.

Ao longo desses anos, a EQ já formou milhares de engenheiros e químicos industriais, que atuam em diversos segmentos da indústria, da pesquisa e de órgãos públicos. Anualmente são ofertadas 342 vagas para os 6 cursos de graduação da Escola de Química, com admissões no primeiro e no segundo semestres. O sistema ENEM/SISU é o adotado pela UFRJ desde 2010 como opção de ingresso aos cursos de graduação, possibilitando acesso a estudantes de todo o Brasil ao ensino superior de excelência. A inclusão social também é contemplada pela oferta de 50% das vagas para ações afirmativas para Egressos do Ensino Médio na Rede Pública. Para essas vagas de Ações Afirmativas, um percentual incide sobre as vagas destinadas para alunos de renda social per capita de até 1,5 salário mínimo.

Atualmente, apenas para os cursos de graduação, a Escola de Química possui 1.735 alunos com matrícula ativa e 1.850 alunos no total, incluindo os de matrícula ativa e matrícula trancada.

A pós-graduação na Escola de Química/UFRJ

O Programa de pós-graduação na Escola de Química da UFRJ existe desde a década de 70, mas até o início dos anos 90 era exclusivamente dedicado à área de Processos Bioquímicos. Como resultado do grande esforço de qualificação acadêmica do seu quadro docente, a Escola de Química decidiu ampliar a área de atuação do Programa, de modo a permitir que todos os docentes, academicamente qualificados, pudessem atuar na pós-graduação, nas diversas áreas da Engenharia Química.

A reestruturação interna do Programa para acomodar os efeitos da sua ampliação foi rápida, mas ainda assim, refletiu-se no conceito do Programa perante a CAPES, que o qualificou como “em reestruturação” durante alguns anos. Na primeira metade dos anos 90, foi atribuído ao Programa o conceito B no mestrado e “sem nota” no doutorado recém-criado. Na avaliação da CAPES, em 1998, obteve-se nota 5, conceito que se repetiu em 2001. Desde a avaliação de 2004, o Programa está com conceito 6, situando-se entre os oito melhores Programas de Pós-graduação do Brasil na área de Engenharia Química, de acordo com os critérios da CAPES. A última avaliação trienal consolidou essa posição, visto que lhe foi atribuído novamente o conceito 6, fato que muito orgulha o Programa, mas que, também, insere novos desafios voltados tanto à manutenção da reconhecida qualidade como àqueles visando a galgar mais um patamar no sistema de avaliação.

Em 2017 o Programa Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos (TPQB) passou a ser denominado Programa Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos (EPQB). O novo nome é considerado mais adequado à formação dos alunos egressos desse Programa. Além disto, o EPQB pertence à área de Engenharias II da Capes.


O Mestrado Profissional em Tecnologia de Processos Sustentáveis

Em consonância com as definições da CAPES sobre Mestrado Profissional, que visa a “formar recursos humanos para atuar em setores não acadêmicos, transferir conhecimentos à sociedade, atender demandas específicas e arranjos produtivos para o desenvolvimento nacional, regional e local”, o Programa EPQB criou o seu Mestrado Profissional em Engenharia de Biocombustíveis e Petroquímica (MPEBP). A primeira turma foi admitida em 2009. O que motivou o então TPQB a criar essa modalidade de Mestrado, foi o diagnóstico de que grande parte de nossos estudantes encontrava-se em regime parcial e inseridos no mercado de trabalho. Adicionalmente, como estamos ligados ao Setor Produtivo, intentamos também contribuir para ampliar a competitividade e a produtividade de empresas, organizações públicas e particulares, melhorando a qualificação dos profissionais pertencentes aos quadros técnicos desses segmentos da Sociedade.

Com esse novo curso, o Programa fortaleceu o seu perfil de formação de profissionais atendendo a um grupo diferenciado de alunos, identificado no Mestrado Acadêmico, já que cerca de 50% do corpo discente, alocados em regime parcial, estavam colocados no mercado de trabalho. Além disso, foi identificada, por levantamento de mercado, uma demanda reprimida dos profissionais por cursos de formação voltados à aplicação e otimização tecnológica. A partir da admissão da primeira turma para o Mestrado Profissional, observou-se a evolução crescente do número de candidatos efetivados no Mestrado Acadêmico em tempo integral.

Atualmente, o EPQB possui 229 alunos com matrícula ativa no Mestrado Acadêmico, dos quais 82 são em tempo parcial. Os alunos matriculados no Mestrado Acadêmico em tempo parcial representam 35,8% do total de alunos, situação muito diversa quando comparada a 2010 quando esse percentual era de 60%. Grande parte dos alunos matriculados no EPQB, em regime parcial, vinha sendo absorvida pelo Mestrado Profissional que conta, atualmente, com 86 matrículas ativas. Em 2009 o número de alunos admitidos no MP foi de 44, 34 nos anos 2014 e 2015, 32 em 2016, 31 em 2017, 28 em 2018 e 17 em 2019. O ano de 2020 foi atípico, em razão da pandemia, e o curso de Petroquímica foi suspenso, o que acarretou um número baixo de candidatos. Ainda assim, foram selecionados 11 candidatos, o que foi considerado um bom número diante da situação catastrófica que o mundo vivia (e ainda vive). A diminuição no número de alunos matriculados nos últimos anos é, provavelmente, um reflexo da redução da atividade econômica do País, nesse período.

O número médio anual de dissertações defendidas, no período entre 2012 a 2020, é de 15. 2016 foi um ano atípico, conforme mostram os dados dos últimos nove anos: 2012: 17, 2013: 14, 2014: 17,2015: 15, 2016:24, 2017:16, 2018:14. 2019: 04 e 2020:08. De modo interessante, apesar da pandemia, houve um aumento no número de dissertações defendidas em 2020. O trabalho em condições remotas para muitos alunos que são profissionais em empresas parece ter facilitado a finalização de dissertações teóricas. O mesmo não ocorreu com os trabalhos experimentais, já que os laboratórios ficaram fechados por longo tempo.


Separação dos Programas

Uma importante decisão tomada foi a separação dos programas de pós-graduação da Escola de Química. Tal decisão visava a uma melhor gestão do Mestrado Profissional. Houve então uma reunião com a equipe docente, n a qual se utilizou um processo SWOT (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças). Entre os pontos levantados, a maior força reside na competência da equipe docente. Como fraqueza, destaca-se a grande diversidade de temas de pesquisa existentes, o que também pode ser encarado como uma oportunidade. Finalmente, a existência de programas semelhantes configura uma ameaça.

Como resultado do processo SWOT, decidiu-se dar nova imagem ao programa de Mestrado Profissional, atribuindo-se a ele um novo nome. O programa agora se intitula Tecnologia de Processos Sustentáveis. Ao se intitular “Tecnologia de Processos Sustentáveis”, o novo programa pretende atender aos alunos que pretendem realizar trabalhos mais tecnológicos, preenchendo, dessa forma, um nicho liberado pelo Mestrado Acadêmico, que mudou seu nome tornando-se mais orientado à Engenharia. Assim sendo, a partir de 2019, o Mestrado Profissional passou a ter identidade própria, com um novo regulamento que já foi aprovado pelo Conselho de Ensino para graduados da UFRJ (CEPG). O novo Mestrado Profissional será coordenado pelo professor Eduardo Falabella Sousa-Aguiar (Professor Titular), tendo Maria Letícia Murta Valle (Professor Associado) como vice-coordenadora. A escolha da coordenação levou em consideração a experiência empresarial dos docentes, já que os dois vieram da indústria. A nova coordenação instituiu, de imediato, várias mudanças de cunho organizacional, visando à otimização dos processos de gestão e, por conseguinte, a uma maior eficiência do programa como um todo.